Embora as escrituras mostrem insistentemente a iniciativa divina na obra de salvação, que somos salvos pela graça, que o Grande amante saiu ao nosso encalço, a nossa espiritualidade ainda parece começar com o eu, não com Deus. A responsabilidade pessoal toma o lugar da resposta pessoal. Parecemos absorvidos pelos próprios esforços de crescer em santidade. Falamos de adquirir virtude, como se fosse algum tipo de habilidade que pode ser adquirida pelo esforço pessoal, como uma boa caligrafia ou um equilibrado balanço do taco de golfe. Em períodos de penitencia, focamos nos livrar de nossas obsessões e suar por meio de vários exercícios espirituais, como se fosse um programa para desenvolver a musculatura religiosa.
A ênfase recai no que eu faço em vez de que no que Deus esta fazendo em minha vida. Nessa abordagem machista, Deus é reduzido a um velho espectador bonachão do lado de fora da área. Nossa mística orienta-nos a atribuir qualquer crescimento na vida espiritual aos nossos esforços robustos e resoluções vigorosas. Convencemo-nos de que podemos nos sair muito bem nesse negocio de seguir a Jesus se apenas, de uma vez por todas, tomarmos uma resolução firme e nos mergulharmos de cabeça. Bem, se isso é tudo o que há no discipulado cristão, então nas palavras da cantora Peggy Lee: “ Deixa rolar o álcool”. Tudo o que estamos fazendo é tomar a lenda do homem que venceu pelos próprios esforços e a transferir da esfera econômica para a espiritual.
“ Como vocês podem crer, se aceitam glória uns dos outros, mas não procuram a glória que vem do Deus único?” (João 5:44)
(Meditações para Maltrapilhos)